quarta-feira, janeiro 16, 2008

nem parece que foi ontem que o acontecido aconteceu
nem parece que o esperado num instante desapareceu
nem parece que foi lá
nem me parecia ser um lar

nem parece que o que aconteceu repercutiu demais pra mim
nem parece que minhas lágrimas tiveram fim
nem parece que eu chorei
nem parece que eu quis chorar


aiai, as coisas estão entrando nos eixos... calmaria deliciosa...

estou super da música / literatura brasileira ultimamente.

estava sentindo falta de me identificar com coisas na minha língua. é tão delicioso. tô viciada em mombojó e lobão... se formos pensar, a cultura brasileira é tão vasta e tão rica que não tem a menor necessidade a gente ficar imitando os estrangeiros, seja na música, na literatura, qualquer coisa. tô cansada de ser sempre país de 3° mundo e ser colonizado pela cultura dos outros, só repetir a tendência que os outros inventam. a gente tinha que inventar a nossa própria tendência caralho. pra gente passar pra frente e as pessoas se identificarem, não pra elas inventarem se identificar com um conceito importado que nem existe na vida delas de verdade. aí é falso. (deja vu agora, adoro adoro adoro deja vu). bom, eu to fazendo a minha parte.

suede é bem verdinho...
desde que fiquei solteira estou passando por uma fase bizarra (no bom sentido) de epifanias. estou descobrindo tantas coisas, mas tantas coisas... de repente algo banal que alguém fala desenbesta um monte de conclusões dentro de mim, conclusões para vida assim, daquelas que depois você pensa "nossa, como eu pude viver sem saber disso antes".

ando sinestésica. as músicas são coloridas. eu gosto das amarelinhas, alaranjadas, vermelhas. não gosto mesmo das azul escuro. lobão é vermelhinho. mpb em geral tem sido alaranjado. pato fu é rosa. interpol é azul escuro. maximo park tb é azul escuro. azul escuro é denso, é grave, é simplesmente azul escuro, bem escuro. amarelo,laranja são claros e bonitos, fáceis de serem navegados e que entram gostoso dentro da gente. ok, não dá pra explicar.

ontem eu cheguei em casa, coloquei "a banda" do chico buarque (essa música é amarelinha, bem amarelinha) e percebi que agora vai sempre me lembrar o dia que estava amanhecendo, o sol forte brilhava lá fora, eu coloquei essa música e nós dançamos, e naquele momento parecia que tudo ia bem, tudo tava certo. Eu deitei no ombro dele, ele me abraçou gostoso e nós dançamos por tudo, pela noite que tinha passado, pelos anos que tinham passado, pelos velhos tempos. talvez nunca mais isso aconteça, talvez nossas vidas se distanciem por mais alguns anos, talvez a gente tenha sido feito pra isso, pra só se encontrar de quando em quando. mas eu sei que sempre que a gente se encontrar ele ainda vai estar fumando os frees vermelhos, soltando a fumaça daquele jeito que só ele solta, sorrindo e balançando a cabeça como se só a gente entendesse e soubesse que é mesmo tudo fodido no mundo, mas gente há de ser feliz.

terça-feira, janeiro 15, 2008

[mais considerações rápidas]

eu realmente não gosto da tecnologia. estou me sentindo que nem a mãe que não sabe mexer no controle remoto. mas também né, pra que? o mundo sempre foi mundo assim.

será que se morre de pensar?

não se dorme, de fato.

preciso viajar. alguém me perguntou "você já viajou esse ano?" eu disse "não". "então é por isso que você tá assim". não ter férias e não viajar é uma merda. eu poderia estar em qualquer canto do Brasil. do mundo.

domingo, janeiro 13, 2008

[é uma carta, uma carta de amor]
[considerações rápidas]

mp3 players como ipod e zune desincentivam a criação de "mix tapes" (compilações de músicas), porque juntam tudo automaticamente por artista e por cd, por mais que você separe em pastas diferentes. ponto negativo para modernidade, ponto positivo para fita k7 e cd-r.

cansei de pular de cama em cama. quero ficar sozinha. nem que eu tenha que me amarrar em casa.

temo estar ficando com medo de pessoas. hoje desci no metro consolação e a estação tava lotada do povo rocker que frequenta a augusta, por causa da chuva que caia na rua. fiquei em pânico, agoniada, com vergonha, não sei explicar, e só quis sair dali.

"não se dança mais de dois hoje em dia", disse caio, num momento sábio.

eu adoro dançar de dois.

meu modelo de vida no momento é um amigo meu que arrumou um pretê (quem fala pretê ainda minha gente?) de 28 anos e que tem um trabalho decente, ao invés de um pirralho de 18 que tinha acabado de entrar na faculdade. go lucas! o que são pessoas maduras? é algo impressionante. e mais: o que é a gente ser maduro? é mais impressionante ainda.

tô com bode da modernidade. eterno resquício da rebeldia adolescente: ir contra a corrente do momento.