sexta-feira, janeiro 13, 2012

eu passo e a vida não passa

da janela do mesmo ônibus, tudo continua a mesma coisa. eu não.

o ultimo mês de trabalho é o melhor

Parece que aquela tristeza niilista dos trabalhadores sem perspectiva some, porque existe perspectiva! Dali a 1 mês. É como se fosse a luz no fim do tunel. Se você não for forte dá até pra desistir da demissão, tão bom que vai parecer trabalhar. Mas, não se enganem. É só o sopro da liberdade arejando todo o mofo da vida cotidiana. No momento em que se desiste da demissão, desiste-se da liberdade.

domingo, janeiro 08, 2012

me olhei no espelho e vi os pés de galinha. é, eles existem. alguns fios de cabelo branco que ainda dá pra achar graça. chegou a hora do retorno de saturno.

Não sei explicar direito como começou. Parece que de repente as coisas perderam o sabor, e eu passei a existir de forma insossa. Eu era comida de hipertenso: sem sal, sem fritura, grelhada na água. Salada de frutas pra matar a vontade de chocolate.

Desanimei. Tentei trocar de emprego, não adiantou. Eu estava cansada daquelas coisas que eu já sabia, aquilo era uma laranja seca e azeda, que não rendia caldo nenhum. Pensei em trocar de profissão, em virar fotógrafa, motion designer, artista, montadora de exposições, operadora de retro-escavadeira, cobradora de pedágio, e não cheguei a conclusão nenhuma, NENHUMA. Zerinho. Então resolvi parar. Parar pra não ter perigo de seguir para o lugar errado.

A cena agora é essa: eu sentada no ônibus, indo trabalhar, nas vésperas de pedir demissão do meu trabalho, onde as pessoas são lindas e bacanas. Não são vocês, sou eu - direi eu. Mas, como num fim de namoro, vai parecer que a culpa é minha, mas na verdade eu estarei fazendo o melhor para ambas as partes. Eles não precisam de uma profissional em crise, e eu preciso ficar quieta.