sexta-feira, junho 19, 2009

[viver sem tempos mortos]

ontem fui assistir a peça da fernanda montenegro fazendo a simone de bauvoir.

eu fiquei pensando muito nessa história de viver sem tempos mortos, e todo esse fuzuê que as pessoas fazem em cima da idéia de liberdade.

e então a peça termina com "viver sem tempos mortos", sob uma salva infinita de palmas. eu acho que essa coisa fazia todo sentido em 68, mas hoje, nos tempos atuais, não sei se cabe tanto. eu quero viver COM tempos mortos. eu não quero me obrigar a aproveitar tudo. eu quero o tempo morto, o ar parado, o mormaço. eu gosto do vazio, do inútil, do tempo escorrendo preguiçoso. eu prefiro esvaziar cheios da minha vida do que preencher os vazios.

eu não quero essa liberdade empurrada, obrigada, que parece que as pessoas hoje em dia vivem. essa rebeldia descabida, esse desapego gratuito. não orna mais, não faz mais sentido, nós não estamos mais lutando por nada, nem temos mais objetivos. a luta pela liberdade é vazia, é querer preencher necessidades reais com coisas aleatórias, pra ver se dá a sensação de completude.

na reportagem da montenegro na bravo ela diz que a verdadeira subversão dela e do marido foi terem sido fiéis o tempo todo que foram casados. não que eu seja a favor da monogamia, da moral e dos costumes, NÃO MESMO. mas é que eu acho que essas supostas "liberdades" viraram todas banais, e são seguidas impensadamente, como dogmas contemporâneos. eu concordo que a verdadeira subversão é realmente se fazer o que quer. esse é o mais difícil, e o mais importante, mesmo que seja um clichê puro.

a minha geração é meio perdida. as pessoas estão meio procurando alguma coisa mas ainda não sabem bem o que, estão na dúvida do que precisam e simplesmente tentam. não temos mais que lutar por nada, nossa vida está ganha, a filosofia está toda feita, o mundo está criado. o que sobrou pra gente fazer? pra mim sobrou o tempo vazio, o tédio, o tempo morto lá fora, mas vivo e intenso dentro de mim, o meu mundo: eu. não digo nem um antropocentrismo, porque seria abranger demais. não é o homem generalizado o centro do mundo, sou EU. eucentrismo. as vezes eu acordo de manhã e me pergunto, porque eu acordei? as perguntas que me faço sempre começam com "porque eu.......................?".

não quero saber da fome do mundo, da política brasileira, da injustiça, não quero mudar nada, essa é a sua revolução, eu quero fazer a minha.

segunda-feira, junho 15, 2009

[tô apaixonada, não posso fazer nada, 2 de cada três posts são sobre ela]

oi, eu não fui na parada gay ontem. alguém me conta como foi?

não sei se vcs sabem, através dessa coisa linda e bizarra dos tempos modernos chamada sitemeter, a gente pode ter acesso a alguns dados dos visitantes dos sites, como por exemplo, o que a pessoa colocou no google para achar o link do blog (calma gente, não tem como saber nome, rg, endereço nada. não sei se vcs tem medo, mas eu tenho, que o tio google saiba de tudo).

pois então, tenho notado que algumas pessoas chegam até esse blog que vcs estão lendo colocando um endereço específico no google: www.tiazona.net

como isso se repetiu algumas vezes, fiquei curiosa e entrei no tal site e A-D-O-R-E-I. é putaria pura, da mais baixa. enfim, pensei duas coisas:

1. começar a colocar putaria aqui tb, pros órfãos desse site que entram aqui não ficarem tão desapontados com um monte de texto e uma foto de um gato

2. sugerir com eles uma troca de banners, eles põe o banner do meu blog na página deles e eu ponho o banner deles aqui. afinal, a gente divide o mesmo público.

tb aceito sugestões.