[os três amores da filha do seu coronel]

seu julião conrado tinha três objetos de valor e um mal crônico: suas terras, sua mulher, sua filha e sua mãe.

na pradaria demorava um dia inteiro para cruzar suas todas suas terras, no lombo de seu cavalo mais rápido e indomável. acompanhado por seus capatazes, descia o chicote no cavalo, urrando para cavalgarem mais rápido.

checava tudo. as plantações, os animais, o que respirou com vida e o que suspirou para a morte. ordenava aos capatezes que anotassem tudo, tim tim por tim tim, exigindo minuncia de um médico-cirurgião.

(continua)

as vezes me pego digitando no computador com a cadência de quem toca piano

as vezes é simplesmente bom estar com os pés quentinhos.

não tenho esperado muito das coisas.

as vezes me pego arrastando as obrigações, tentando desorganizar a minha organização.

quando eu era menor eu sempre queria ir embora. simplesmente ir embora.

quando eu era menor eu não gostava de pentear o cabelo. teve uma vez que se formou um nó, e eu desencanei de tentar desfaze-lo. eu penteava os cabelos aos lados e deixava ele lá.

quando eu era menor eu me sentia que nem hoje em dia, com preguiça de sair de casa e socializar com os outros. eu não queria ir nas festinhas, apesar da encheção de saco da minha mãe. (minha mãe sempre enche o saco pra gente sair de casa)

[how does it feel to be without a home?]

[the answer, my friend, is blowing in the wind]

hoje eu estou propensa a uma felicidade barata, aquela que vem a toa, com uma música boa, com um agasalho quentinho pra ficar enrolada no sofá.

ontem eu vi "I'm not there", e certamente foi um dos melhores filmes que eu vi esse ano. é lindo. as partes da cate blanchett são lindas. filme de diretor. que nem eu estava conversando com o rafa ontem, é o filme que você desencana de entender linearmente, e você fica só saboreando as sensações que vão surgindo. ótimo.

dica: vai começar o festival sesc dos melhores filmes. ingresso baratinho (três reais a meia?), filmes bons.