quinta-feira, março 04, 2004

Por entre todos aqueles pensamentos ruins, ela adormeceu, mesmo achando que não ia conseguir. Sentia falta de tudo aquilo que tinha sido, de tudo aquilo que tinham sido para ela. Sentia falta daqueles momentos bons (toscos de tudo, mas bons). Só agora sabia claramente que. E foram tão bons que ela se esforçava para que fossem de novo, sem peceber que eles nunca mais seriam. Não daquele jeito. Do jeito que ela e as pessoas eram agora. Sabiam-se ameaçado esses momentos, tão procurados. Mas talvez por pura insistencia, pura covardia (porque só nos filmes dá certo trocar o certo pelo incerto), ou pura preguiça mesmo, tentaria ressussita-los. Talvez fosse apenas o ano par, ou o azar mesmo. O que importa é que logo chegaria o reveillon, o ano seria impar e tudo seria melhor. Sim, acreditava nisso. Tanto quanto odiava beterraba. Levantou-se então e decidiu que na vida, (um pouco diferente que nos filmes), as pessoas tem que se esforçar para as coisas acontecerem.