quarta-feira, setembro 12, 2012

um ode ao meu novo ofício

gosto muito de trabalhar com as mãos, com o corpo. de chegar em casa suja de pó, de madeira, de tinta, suada, com os dedos e mãos e roupas sujas. chegar com o corpo cansado.

eu curto muito a ideia de "aprender um ofício", como era antigamente. as pessoas aprendiam um oficio com um mestre, e herdavam os trabalhos, os clientes. tem alguns que eu acho interessantíssimos: chaveiro (não o tiozinho que fica na esquina e faz cópia de chave. o cara que manja mesmo de fechaduras, trancas, chaves. é uma lógica interessantíssima a da fechadura), ourives (o processo de lapidar uma pedra de forma artesanal é algo muito delicado), luthier (sem comentários, o cidadão faz instrumentos musicais).

não sei, nos tempos de hoje, que a vida está cada vez mais virtual, me agrada muito a ideia de me apegar a um trabalho "físico", pegar na mão, sentir o cheiro, testar a consistência, limpar, polir, restaurar, conservar o que sobrou.