terça-feira, agosto 26, 2008

[esperando render uma vinheta no final cut]

tô lendo um livro que se chama “ensaios de amor”, do alain de bottom. e eu tô em dúvida se eu tô gostando ou não, ando meio perturbada, meio pensativa... porque o livro desmistifica todos minhas expectativas adolescentes em relação ao amor. é tipo um tapa na cara, alguém puxando meu tapete pra eu cair gostoso na realidade. e eu não tô gostando disso. alguém tirou o meu doce e eu tô ensaiando pra abrir o berreiro.

desde que eu era adolescente excluidinha na cidade do interior (ai, adoro um clichê, mas esse é verdadeiro tá hahaha), eu sonhava em um dia achar uma menina perfeita pra mim, que me compreendesse só com um olhar. eu achava que nós iriamos nos encontrar e iriamos saber que nascemos uma para outra, aí viveriamos felizes para sempre, superando juntas todo e qualquer obstáculo que aparecesse.

aí eu cresci e me fudi no amor. hahaha. e ia continuar me fudendo, até que veio esse alain otário de bottom dizendo que achar que você encontrou o amor da sua vida nada mais é uma grande pré-disposição que você teve naquele momento de se apaixonar, então você acha tudo na outra pessoa lindo. e que relacionamentos são comparáveis a tiranias de Estados políticos: você faz um monte de coisas que magoam o outro PRA CARALHO com a desculpa que você fez por amor. você critica a pessoa de modo que você nunca criticaria seu próprio inimigo só porque a pessoa tem um sapato feio. tipo o Hitler matou uma galera justificando que era em prol do bem estar do povo.

e isso é mentira? CLARO QUE NÃO! e isso que me dá mais raiva e me deixa triste: pô, o mundo realmente é uma grande desilusão.

uma vez eu namorei com uma mina que eu gostei muito, e achava que ela era o amor da minha vida. aí, depois que tudo acabou, eu tive dificuldades em aceitar o fim do relacionamento. não porque eu a amava demais, incondicionalmente. pelo contrário, eu tinha certeza absoluta que não era aquele tipo de pessoa que eu tinha imaginado como “meu grande amor”, e certamente não era aquilo que eu queria pra minha vida. mas a frustração de ter acreditado tanto tempo numa coisa que no fim era mentira é tão grande e tão dolorida que se a gente não tomar cuidado a gente continua se enganando, só pra não ter que ter essa desilusão. aí eu entendi um pouco porque tanta gente aguenta tanto desaforo nessa vida e não se separa do marido/esposa. é muito difícil confessar pra si mesmo que errou e investiu dias/meses/anos numa coisa que não deu certo, e pior, sabe que não dará MESMO. é literalmente uma ferida no ego. e confessar um erro, pra gente egocêntrica que nem eu, é muito difícil.

aí tem uma parte de mim que é muito infantil, que não quer acreditar e quer ver o mundo cor de rosa. e tem outra parte de mim que já cresceu e está tentando lidar com essas decepções. na verdade, eu, agora, sou esses fragmentos tentando se equilibrar para não se afundar na amargura e nem se fuder na ingenuidade. lord help me.