sábado, agosto 02, 2008

[rapidinha de fim de semana]

zé augusto, sinto lhe informar, você não será mais pai. fiquei menstruada. eu sei que já tinhamos feito planos para nosso filhote, mas podemos brincar de fazer neném e tentar de novo.

[rapidinhas da minha avó]

"Paula, você já está com um corpo bom, PODE PARAR DE ENGORDAR AGORA". Tô tentando vó, to tentando.

"Eu sempre gostei das minhas noras. Menos da FILHA DA PUTA da fulaninha de tal" (que é minha tia há muitos, muitos anos).

"Paula, qual é da sua tia ciclaninha de tal? Será que ela é sapatão?". Não sei vó, acho que na verdade ela quer pegar um garotão.

"O primeiro namoradinho da sua mãe era rico, e convidou ela para 'fazer ovos' na casa dele. Eu disse pra ela que ele não precisava levar ela para fazer ovos na casa dele, ele era rico, poderia levar ela para jantar fora. Mas ela foi, mesmo assim. Pois bem, fizeram a porcaria dos ovos. E ele até tratava ela muito bem, mas nesse dia nem levou mais ela pra casa depois. Ela me ligou chorando, no meio da noite. É que eu não sou daquelas mães que dizem 'bem feito, te avisei, agora você se fudeu', eu não. Eu dei colo pra ela, pus ela pra dormir na minha cama, levei-a ao cinema, até ela esquecer."

sexta-feira, agosto 01, 2008

Quando eu era menor minha mãe sempre me dizia que a gente não dava só pra uma coisa. Por exemplo, ela, se não fosse médica, poderia ter sido uma historiadora feliz. Ou uma boa faxineira (ela gosta de limpar as coisas). Eu não acreditava muito, eu achava que a gente tinha uma vocação, e que seria extremamente infeliz se não seguisse essa vocação.

Depois que eu fiquei mais velha, percebi que nada precisava ser definitivo e para sempre, e que a gente era muito mais complexo que uma simples vocação. Que gostar de uma coisa é algo absolutamente relativo. Que se eu não fosse cineasta talvez seria bem feliz também sendo astronauta, matemática, cobradora de pedágio, motorista de caminhão.

E assim também com os amores.

Não que eu não acredite mais em princesas encantadas. Eu acredito - e muito - mas agora acho que podem existir várias na minha vida. Já passaram uma, duas, três, e sempre, depois que elas iam embora (elas sempre foram embora - nunca fui forte o suficiente para largar alguém que eu gostasse, por mais mal que me fizesse) eu achava que era o fim de tudo, do amor, da consideração, da magia. Aí eu sofria, chorava, mas dali a pouco já começava a sorrir de novo, a perceber como haviam tantas meninas bonitas no mundo, a admirar como elas eram interessantes, inteligentes, e me surpreendia, pois até havia esquecido que poderiam (e deveriam!) ser assim. Aos poucos já estava rindo de novo e pronta para outra princesa encantada.

Não que eu esteja menosprezando o que já passou, ou super estimando o que ainda está por vir. Não. Eu adoro o que já passou. Cada lembrança é preciosa, me fazem rir, chorar, tudo novamente. Me deixam descansar, por que eu já passei por aquilo e não preciso passar de novo. Me dão frio na barriga, por mais que eu já tenha lembrado daquilo milhões de vezes.

Os destinos não seguidos, os amores não consumados e os namoros desfeitos serão os galhinhos secos da minha vida, e eu sempre vou pensar em todos com muito carinho. Foi pra lá que não foi a água que acabou então por irrigar e fortalecer esse galho vivo e esverdeante que é meu caminho presente.

domingo, julho 27, 2008

[a mesa de trabalho]


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