tem um lugar aqui no rio que eu gosto de ir, acho que é meu lugar preferido.
é o aterro do flamengo, atrás do mam. a vista pra baia é bonita. em geral fica silêncio. não ouço ninguém. só os aviões subindo e descendo no santos dumont.
várias vezes vou pra lá só esperar o tempo passar, a maresia soprar, o sono chegar.
essa foto eu tirei lá, hoje.
não tinha nada pra fazer na hora do almoço, fui fazer nada lá.
a minha ansiedade da perda me fez registrar essa lembrança, e mais mil coisas que resgato e guardo no caminho. ouvi essa expressão numa palestra hoje, e na hora meu coração se sentiu muito acolhido por esse sentimento.
com medo de perder, eu guardo caixas e mais caixas de coisas que eu sempre acho que são importantes, que eu posso precisar. quando digo caixas quero dizer caixas, cadernos, folhas, fotos, músicas e mais os milhões de coisas que eu finjo que joguei fora mas na verdade tô só guardando mais escondido.
eu sei que de alguma forma elas fazem parte do quebra cabeça, todas são peças fundamentais. só não sei ainda o que ele forma.