sexta-feira, junho 27, 2008

[diariamente]




varanda-do-apê-da-paula fashion week
luxe, calme et volupté.
by davies




almoço de domingo
bolo de carne, arroz, salada,
suquinho de laranja e guaraná






solidão mental
dali
masp jun/2008

quarta-feira, junho 25, 2008

[a vida vagabunda e sua relação com o mundo externo depois das 18h]

gente do meu brasil!

posso contar, só um pouco?

eu chavequei um mocinho! hahahha

então, vou contar uma história.

era uma vez uma mocinha que era bem prega. ela era assim, bonitinha, piadista e charmosa, diziam. mas ela era assim, beeeeem prega. ela tinha medo de mostrar interesse por outras pessoas e se fuder. ela tinha um coração já meio calejado por essa vida de meu deus.

aí, um dia, ela foi na abertura de um restaurante de temakis por aí, e tinha um garçon que era um mocinho muito, muito charmoso. ele usava uma camiseta do tamanho que deveria ser (sem ser grande demais, sem ser curta demais) e era um fofo.

nesse dia, a mocinha (que usava um lenço enrolado no pescoço) quis se enrolar no lenço e ficar escondida ali o tempo todo, de tanta vergonha de olhar o mocinho bonito. mas estavam servindo temakis e saquês de graça, aí ela saiu da toca. mas não conseguiu falar nada.

deu dois dias e a mocinha prega arrastou sua melhor amiga e o respectivo cacho para a tal temakaria. ela colocou seu casaco mais quentinho (era um dia quase de inverno), prendeu uma flor de feltro verde na lapela do casaco, passou óleo de peroba da cara e foi, na cara e na coragem.

tomaram caipirinhas. comeram temakis, saladas e cogumelos. tomaram saquês (já contei que a mocinha prega estava "temporariamente de férias", ou melhor "disponível no mercado de trabalho"?)

no fim, pediram a conta. a mocinha nem chamou o garçon de chefe, e nem pediu a saideira de graça (ela era um pouco butequeira, talvez um pouco alcoólatra, mas essa é outra história), e na saída entregou um guardanapo dobrado, com seu nome, telefone e disse: "me liga, queria muito te ver fora daqui".

e essa é a história bonita que eu queria contar.

tchau, vou dormir com a gata que descobriu esses dias como é bom ficar debaixo do cobertor (antes ela tinha medo).

terça-feira, junho 24, 2008

[a vida vagabunda e sua relação com o mundo externo antes das 18h]

1. Diálogo na Farmácia do Posto de Saúde, 14h

Personagem A: jovem mulher, temporáriamente desempregada e com vida sexual ativa.
Personagem B: jovem SENHORA, funcionária pública do posto de saúde.

A (sem graça): Oi moça, sabe o que eu estava precisando?
B (sem tirar os olhos da revista): Não.
A (sorriso amarelo): Então... De uma pílula do dia seguinte...
B (olhar de reprovação e descaso): Olha meu bem, pílula do dia seguinte só com receita médica.
A (pensativa): Mas... É que pílula do dia seguinte... Pelo que eu saiba... Tem que tomar no dia seguinte, né... E é díficil assim conseguir uma consulta para o mesmo dia...
B (irredutível): Pois é, mas só com receita médica.
A (vaca, quer que eu tenha 50 filhos, mesmo desempregada?): Será que tem algum médico aqui pra me dar uma receita?
B (voltando a ler a revista): Sobe as escadarias X, vira a esquerda e vai lá na Saúde da Mulher, quem sabe não conseguem te arrumar uma amostra grátis.

Personagem A sai andando, sobe a tal escada e chega em frente à uma porta escrito "Saúde da Mulher". A porta está trancada. Ao lado tem uma fila para na odontologia.

A (perguntando para uma mulher com um filho na fila): Oi, você sabe se tem alguém atendendo aqui na Saúde da Mulher?
Mulher com Filho: Ih, a moça que tava aí acabou de sair.

Personagem A desce escada e volta para a farmácia do Posto de Saúde.

A: Então, moça, não tinha ninguém na Saúde da Mulher...
B (indignada): Ah, claro, a essa hora o Dr. Fulaninho de Tal já foi embora HÁ MUITO TEMPO.
A (estranhando): A essa hora as 14h? Você não pode me dar a tal pílula do dia seguinte então? Porque até eu conseguir a receita não vai ser mais dia seguinte sabe, aí acho que não vai adiantar mais também, para o propósito que eu preciso...
B: Não. Só com receita médica.

moral da história: esse país é uma merda e deve ter estoque de pílula do dia seguinte apodrecendo, porque ninguém anda com uma receita no bolso "por precaução".