rafael diz:
ai duro se relacionar com gente pobre viu
ten years living in a paper bag diz:
sou pobre mas sou limpinha
rafael diz:
sei sim. nem tomava banho direito qd eu tava com vc!
cada dia é uma grosseria diferente. vou colocar aqui pelo menos uma por dia.
is that all there is ? if that´s all there is my friend then let´s keep dancing...
sábado, fevereiro 12, 2005
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
[minha namorada passou na usp]
INT - DIA - RECEPÇÃO DE HOTEL BARATO NA BELA VISTA
MANU, 19 anos, alta, magra, de calça e camiseta, com vários escritos "usp", "fau", "bixo" de tinta guache pelo corpo, e JULIANA, 21, estatura média, de bermuda e regata, sem tinta alguma, chegam resfolegantes e transpirando cerveja na recepção do hotel, onde MARISE, pingando de suor num terninho barato, LIXA as unhas calmamente, distraida.
JULIANA
Oi moça....
MARISE
Ai meu deus! A menina passou no vestibular! (olhando para Manu) Onde você passou? Na USP?
MANU
É...
MARISE
Que que você vai fazer?
MANU
Arquitetura...
MARISE
Ai querida meus parabéns, mas desculpa viu, não tenho nenhum trocado pra te dar, fica pra próxima...
JULIANA
Não moça... na verdade a gente queria um quarto... Quanto que é?
MARISE
AHHHNNNN!! Tem a suite simples que é 32 reais, a com hidro que é 50, a oriental, que é muito bacana também que é 80, e tem a luxo, que eu acho que é a que ela merece né, afinal ela passou na usp!, que custa 120.
JULIANA
Ah, vai essa ai...
MARISE
A luxo? Isso mesmo, você tem que dar o que ela merece...
MANU
Não moça, a de 30 conto mesmo...
[São Paulo é definitivamente uma cidade louca.]
INT - DIA - RECEPÇÃO DE HOTEL BARATO NA BELA VISTA
MANU, 19 anos, alta, magra, de calça e camiseta, com vários escritos "usp", "fau", "bixo" de tinta guache pelo corpo, e JULIANA, 21, estatura média, de bermuda e regata, sem tinta alguma, chegam resfolegantes e transpirando cerveja na recepção do hotel, onde MARISE, pingando de suor num terninho barato, LIXA as unhas calmamente, distraida.
JULIANA
Oi moça....
MARISE
Ai meu deus! A menina passou no vestibular! (olhando para Manu) Onde você passou? Na USP?
MANU
É...
MARISE
Que que você vai fazer?
MANU
Arquitetura...
MARISE
Ai querida meus parabéns, mas desculpa viu, não tenho nenhum trocado pra te dar, fica pra próxima...
JULIANA
Não moça... na verdade a gente queria um quarto... Quanto que é?
MARISE
AHHHNNNN!! Tem a suite simples que é 32 reais, a com hidro que é 50, a oriental, que é muito bacana também que é 80, e tem a luxo, que eu acho que é a que ela merece né, afinal ela passou na usp!, que custa 120.
JULIANA
Ah, vai essa ai...
MARISE
A luxo? Isso mesmo, você tem que dar o que ela merece...
MANU
Não moça, a de 30 conto mesmo...
[São Paulo é definitivamente uma cidade louca.]
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
[carta a alguém próximo]
Por mais que eu tente evitar, todos aqueles dias de verão nascendo pelas frestas do meu apartamento me lembram você. E me fazem acordar com um sentimento estranho, uma ansiedade cheia... cheia de vida. Queria levar você pra tomar café da manhã na padoca, queria te mostrar todas as coisas bonitas que eu vejo, porque eu não páro de pensar em você. Desde cedinho de manhã. Você anda consumindo meu sono, sabe. E no fim da tarde, quando bate aquela brisa de dia terminando, o sol se indo ali pelos lados da vila madalena, eu não consigo evitar de querer você comigo. Queria até evitar, porque dói (uma dor fininha, daquelas que te fazem chorar no meio da noite, quietinha no travesseiro). Dói não te ter nas horas que eu quero. E pode parecer egoismo, mas também doi não te ter nas horas que vc quer. Mas é vc que não quer. Aí ficamos eu e o gato, aqui, sem saber o que fazer, sem sair nesse dia tão bonito de manhã, sem conseguir dormir, sem termos você.
A sala, o quarto, a casa está vazia, a cozinha, o corredor. Ainda não cansei de arrastar meus chinelos gastos por todos os cômodos, procurando por você. Só acho lembranças que achava que nem existiam mais, sentimentos que achava que tinham ficado em algum lugar do passado, embaixo desse amontoado de outros sentimentos que insistem em ficar e me perturbar. Esse seu cheiro impregnado nas minhas roupas, nas minhas pernas, na minha boca, nos meus lençois, que não troco desde que você se foi, no meu quarto, cujas janelas não abro desde então.
O gato aprendeu a se alimentar sozinho. As vezes ele me alimenta, a gente come junto a ração tosca no potinho dele. Porque sabe, eu não sei mais fazer as refeições sozinha. Aí depois a gente deita ali no chão perto do solzinho, eu e ele, enroscados um no outro, pq eu também não sei mais dormir sozinha. Hábitos que eu perdi quando te conheci sabe. E agora... e agora é difícil retoma-los.
Dos meus cds não consigo nem mais chegar perto. Só o gato ouve. E no discman, porque é pra mim é insuportável ouvi-los. Eu até falaria pra vc leva-los logo de uma vez, mas tem alguns que o gato gosta bastante, então é melhor deixar aqui mesmo.
Fora isso, tudo continua a mesma coisa. Tudo do jeito que você deixou. A louça suja da pizza que a gente pediu, os copos de vinho barato, meu coração em frangalhos. Se algum dia você quiser voltar, a gente vai estar esperando. Eu e o gato.
Por mais que eu tente evitar, todos aqueles dias de verão nascendo pelas frestas do meu apartamento me lembram você. E me fazem acordar com um sentimento estranho, uma ansiedade cheia... cheia de vida. Queria levar você pra tomar café da manhã na padoca, queria te mostrar todas as coisas bonitas que eu vejo, porque eu não páro de pensar em você. Desde cedinho de manhã. Você anda consumindo meu sono, sabe. E no fim da tarde, quando bate aquela brisa de dia terminando, o sol se indo ali pelos lados da vila madalena, eu não consigo evitar de querer você comigo. Queria até evitar, porque dói (uma dor fininha, daquelas que te fazem chorar no meio da noite, quietinha no travesseiro). Dói não te ter nas horas que eu quero. E pode parecer egoismo, mas também doi não te ter nas horas que vc quer. Mas é vc que não quer. Aí ficamos eu e o gato, aqui, sem saber o que fazer, sem sair nesse dia tão bonito de manhã, sem conseguir dormir, sem termos você.
A sala, o quarto, a casa está vazia, a cozinha, o corredor. Ainda não cansei de arrastar meus chinelos gastos por todos os cômodos, procurando por você. Só acho lembranças que achava que nem existiam mais, sentimentos que achava que tinham ficado em algum lugar do passado, embaixo desse amontoado de outros sentimentos que insistem em ficar e me perturbar. Esse seu cheiro impregnado nas minhas roupas, nas minhas pernas, na minha boca, nos meus lençois, que não troco desde que você se foi, no meu quarto, cujas janelas não abro desde então.
O gato aprendeu a se alimentar sozinho. As vezes ele me alimenta, a gente come junto a ração tosca no potinho dele. Porque sabe, eu não sei mais fazer as refeições sozinha. Aí depois a gente deita ali no chão perto do solzinho, eu e ele, enroscados um no outro, pq eu também não sei mais dormir sozinha. Hábitos que eu perdi quando te conheci sabe. E agora... e agora é difícil retoma-los.
Dos meus cds não consigo nem mais chegar perto. Só o gato ouve. E no discman, porque é pra mim é insuportável ouvi-los. Eu até falaria pra vc leva-los logo de uma vez, mas tem alguns que o gato gosta bastante, então é melhor deixar aqui mesmo.
Fora isso, tudo continua a mesma coisa. Tudo do jeito que você deixou. A louça suja da pizza que a gente pediu, os copos de vinho barato, meu coração em frangalhos. Se algum dia você quiser voltar, a gente vai estar esperando. Eu e o gato.
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