[a vida vagabunda e sua relação com o mundo externo depois das 18h]
gente do meu brasil!
posso contar, só um pouco?
eu chavequei um mocinho! hahahha
então, vou contar uma história.
era uma vez uma mocinha que era bem prega. ela era assim, bonitinha, piadista e charmosa, diziam. mas ela era assim, beeeeem prega. ela tinha medo de mostrar interesse por outras pessoas e se fuder. ela tinha um coração já meio calejado por essa vida de meu deus.
aí, um dia, ela foi na abertura de um restaurante de temakis por aí, e tinha um garçon que era um mocinho muito, muito charmoso. ele usava uma camiseta do tamanho que deveria ser (sem ser grande demais, sem ser curta demais) e era um fofo.
nesse dia, a mocinha (que usava um lenço enrolado no pescoço) quis se enrolar no lenço e ficar escondida ali o tempo todo, de tanta vergonha de olhar o mocinho bonito. mas estavam servindo temakis e saquês de graça, aí ela saiu da toca. mas não conseguiu falar nada.
deu dois dias e a mocinha prega arrastou sua melhor amiga e o respectivo cacho para a tal temakaria. ela colocou seu casaco mais quentinho (era um dia quase de inverno), prendeu uma flor de feltro verde na lapela do casaco, passou óleo de peroba da cara e foi, na cara e na coragem.
tomaram caipirinhas. comeram temakis, saladas e cogumelos. tomaram saquês (já contei que a mocinha prega estava "temporariamente de férias", ou melhor "disponível no mercado de trabalho"?)
no fim, pediram a conta. a mocinha nem chamou o garçon de chefe, e nem pediu a saideira de graça (ela era um pouco butequeira, talvez um pouco alcoólatra, mas essa é outra história), e na saída entregou um guardanapo dobrado, com seu nome, telefone e disse: "me liga, queria muito te ver fora daqui".
e essa é a história bonita que eu queria contar.
tchau, vou dormir com a gata que descobriu esses dias como é bom ficar debaixo do cobertor (antes ela tinha medo).