desde que fiquei solteira estou passando por uma fase bizarra (no bom sentido) de epifanias. estou descobrindo tantas coisas, mas tantas coisas... de repente algo banal que alguém fala desenbesta um monte de conclusões dentro de mim, conclusões para vida assim, daquelas que depois você pensa "nossa, como eu pude viver sem saber disso antes".
ando sinestésica. as músicas são coloridas. eu gosto das amarelinhas, alaranjadas, vermelhas. não gosto mesmo das azul escuro. lobão é vermelhinho. mpb em geral tem sido alaranjado. pato fu é rosa. interpol é azul escuro. maximo park tb é azul escuro. azul escuro é denso, é grave, é simplesmente azul escuro, bem escuro. amarelo,laranja são claros e bonitos, fáceis de serem navegados e que entram gostoso dentro da gente. ok, não dá pra explicar.
ontem eu cheguei em casa, coloquei "a banda" do chico buarque (essa música é amarelinha, bem amarelinha) e percebi que agora vai sempre me lembrar o dia que estava amanhecendo, o sol forte brilhava lá fora, eu coloquei essa música e nós dançamos, e naquele momento parecia que tudo ia bem, tudo tava certo. Eu deitei no ombro dele, ele me abraçou gostoso e nós dançamos por tudo, pela noite que tinha passado, pelos anos que tinham passado, pelos velhos tempos. talvez nunca mais isso aconteça, talvez nossas vidas se distanciem por mais alguns anos, talvez a gente tenha sido feito pra isso, pra só se encontrar de quando em quando. mas eu sei que sempre que a gente se encontrar ele ainda vai estar fumando os frees vermelhos, soltando a fumaça daquele jeito que só ele solta, sorrindo e balançando a cabeça como se só a gente entendesse e soubesse que é mesmo tudo fodido no mundo, mas gente há de ser feliz.